A Influência das Emoções no Aprendizado

Publicado em 06/Jun/2019 | por: Daniella Campelo


A fluência em inglês é suficiente para quem deseja ser um professor bilíngue?

Como não existe um consenso da legislação no Brasil acerca da formação de um professor bilíngue (apenas alguns estados possuem legislação e elas são diferentes), muitas pessoas ficam na dúvida sobre quais são as habilidades e competências necessárias para esse profissional.

Embora a fluência no idioma seja extremamente necessária para um professor bilíngue, existem outros elementos e características importantes a serem levadas em consideração.

Tímido ou Reservado

Professores de uma forma geral, costumam abordar os pais nas ‘reuniões de pais e professores’ e dizer que o aluno não aprende porque é tímido, o que na maioria das vezes pode ser um ledo engano.

Nos dois casos (reserva ou timidez), a maioria dos profissionais da educação não está preparada para lidar com diferentes perfis de personalidade ou aspectos emocionais da criança. Isso acaba, no entanto, causando um mal-estar entre pais e escola e gerando falta de confiança nos profissionais em atuação.

Um aluno tímido tem dificuldade em se expor. Para este, desempenhos sociais são um martírio imprevisível e incontrolável.

Os sintomas mais comuns nos alunos são o retraimento físico, o silêncio, ansiedade, gagueira, choro, voz muito baixa, suor em excesso entre outros.

O aluno sente-se exposto e impedido de se colocar no âmbito social como se uma muralha invisível o mantivesse escondido.

Já o aluno reservado, não tem estes sintomas. Na verdade, a única coisa aparente é a pouca participação ou a interação verbal. Nesse caso, ele não sente necessidade de falar ou interagir. Quando estimulado, coloca-se de forma tranquila.

Como tratar esses perfis

A timidez, a reserva ou qualquer outra característica de personalidade, precisa ser cuidada e abordada de forma cuidadosa e profissional.

O estado emocional do aluno vai ajudar ou atrapalhar seu rendimento e adaptabilidade ao cenário escolar. O professor em sala deve dar atenção e ajudar o aluno a se desenvolver, respeitando a personalidade e as dificuldades dele.

Ao reduzir a influência negativa do filtro afetivo* do aluno, o professor potencializa a capacidade de aprendizado e estimula a motivação. Isso se dá através do contato visual, interação, respeito mútuo, reflexão sobre os alunos após as aulas.

Quando o professor consegue estabelecer um elo de confiança em um ambiente de conforto para que o aprendizado aconteça, o aluno entende que errar faz parte do processo e que ele não está sozinho.

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* Filtro Afetivo (Afective Filter Hypothesis by Stephen Krashen**) – Bloqueio emocional que gera o sentimento de vergonha e impede os alunos da plena utilização da informação no aprendizado.
**Stephen Krashen, professor emérito da University of Southern California (USC), é um linguista renomado, pesquisador militante da área de educação.